Mais um dia com a cara enfiada nos livros. Os ponteiros do meu relógio avançavam indicando a sucessão das horas. Amigos me chamando ao portão, a parentada toda conversando, o riso alto, isso me dava uma pontinha de inveja, mas nada me ia me tirar de um cálculo estequiométrico.
Ao meio-dia, almocei, no quarto mesmo, não queria me ausentar dos livros e cadernos. Nçao me importava se estavam todos falando da quantidade exagerada das chuvas ultimamente ou que meu irmão dormia enquanto eu estava muito bem acordado. E com os livros fiquei até perceber que todos haviam saído.
É incrível como o silêncio me perturba, me tira o raciocínio. Era cinco e meia da tarde, resolvi ligar o aparelho de som, o céu estava mudando de cor e um laranja muito forte incidiu no meio da sala, pea janela. Dei-me conta que há meses não parava para ver o ocaso.
Foi assim: Um bando de pássaros barulhentos passou em revoada sobre os telhados alheios, pessoas apressadas às ruas, criança voltando da escola, meus livros espalhados no quarto, o som ligado, a solidão e o sol indo iluminar o Japão.
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1 comentários:
Mais uma vez adorei. É incrível a forma que você escreve, tão suave, sem esforços.
E até me vejo um pouco neles, também sinto uma pontinha de inveja quando vejo crianças correndo nas ruas, e até mesmo quando vejo as pessoas sorrindo.
;**
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