E se fosse o último dia? Amar?

17:14 / Postado por Romário Matos / comentários (2)


Vivemos já como por meio de um " piloto automático", levantamos cedo, lanchamos e saimos de casa já com tudo pré-pronto par ao dia inteiro. Um dia inteiro em que você se dedica aos seus afazeres repetitivos enquanto um mar de acontecimentos surgem pelo mundo, ao seu redor até, mas estamos ocupados demais.
No ápice de meu dia sem tempo, me veio à mente: E se fosse o último dia? O que eu faria?
A resposta me veio sem que eu precisasse pensar muito. Percebí que os sentimentos fariam falta em minnha vida, então queria vivê-los uma última vez.
Queria ganhar um última vez e perder também, sentir o amargo da derrota e o gozo da vitória. Queria sentir medo e que logo em seguida uma explosão de coragem tomasse conta de mim e me fizesse experimentar da mais pura coragem. Queria sentir raiva e chegar ao meu limite e, logo, perdoar a todos e firmar esse perdão em um longo abraço. Queria dar adeus, um doloroso adeus, pra que eu pudesse, pela última vez, sentir meu peito contrair-se em saudade.
Passear, enfim, por todos os sentimentos, usar da lógica e da loucura, delirar acordado e cheio de certeza. Pegar em minhas mãos todas as sensações e fechá-las em punho cerrado.
Mas percebí que o amor já une todos os sentimentos, bons e ruins, então, resumindo a resposta...queria amar no meu último dia, assim seria doce viver, sonhar e morrer de tanto amor.

Réquiem intermediário.

16:50 / Postado por Romário Matos / comentários (3)


Vim ao mundo e fui saudado por uma fria madrugada de domingo e alguns rostos estranhos.Sentí medo e dor quando pela primeira vez experimentei o ar atmosférico tão homogênico invadir-me os pulmões. Chorei, e fui acalentado por um colo quente e por uma voz que há nove meses conhecia muito bem, estava com minha mãe.
Fui levado para um lar, repleto de anjos, que no começo não estavam tão à vontade com minha presença, mas que depois, não conseguiam imaginar os dias sem mim. Amei-os todos com tudo que pude. Fui descobrindo aos poucos e impacientemente os segredos e as sensações da vida, tendo sempre esses anjos do meu lado, e observando-os, aprendi bastante.
No princípio, tinha medo de tudo quase, do escuro, da solidão noturna, do silêncio, de circo, das mudanças, mas aprendi a conviver com o medo. Anos mais tarde, eu já gostava e sentia falta de tudo isso, e o que temia então, era a ausência do temor.
Descobrí na música a saída para quase tudo. Consolidei na minha família o meu lar, de fato, o meu ponto forte e , ao mesmo tempo, o meu "calcanhar de Aquíles".
Aproveitei minha infância sim, naquele tempo não pensava na efemridade do tempo, mas fiz juz ao tempo gasto pelos poetas para descrever a passagem do tempo em papel.
Dediquei-me à várias coisas , algumas delas não levei à diante, mas fiz bom uso de toda forma de conhecimento adiquirido. " Amei e odiei como toda gente", chorei várias noites, sorri na maioria delas. Consegui alguns probelmas, fiz ações que me cuasaram arrependimento mais tarde. Tinha medo da morte, do fim, do ponto, seja lá qual a pontuação...agora não mais.
Minha última noite passei pensando no que faria quando tivesse minha casa, minha vida independente, minhas obrigações mais presentes. Adormecí. Acordei como qualquer outro dia, mas na sucessão das atividades diárias percebi que muito de mim já não existia mais, meus pensamentos, minhas ações, minhas opiniões e desejos. Pouco a pouco um pedaço de mim se afastava de mim...se sem dor, morreu.
O que hoje de mim resta é fruto de tudo que fiz ou não na infância. Agora nasço outra vez, em uma noite escura, fria e nublada. Menos criança, mas não menos inconsequente, apenas sabido que de tudo que eu fizer ou não a partir de hoje, servirá de um bom réquiem mais tarde.

Que falta tudo isso me faz...

12:39 / Postado por Romário Matos / comentários (1)


Desejo inevitável de compor algo com o braço de minha alma. De fato não tenho esse talento, queria o Cazuza do meu lado agora. Já que não escrevo e também não canto, permito-me apenas ouvir a arte deles, sentir profundamente cada nota tocada, pois elas vêm como conforto para mim, vêm com alento, como um abraço forte, como o entrelaçar de duas pessoas que se amam.
Meu coração está aos pulos!!! Minh´alma enfadada da correria do dia-a-dia chega na sexta-feira e respira...acalma, sorri, descansa e deleita.
Vem a vontade de fazer coisas que há tempo não fazia...coisas simples até.
Tocar violão, ouvir muuuuuuuuuuita música, daquelas que lhe levam pra uma outra dimensão, assistir a um filme trash-heheh- conversar com amigos, família, amores,parentes....ai que falta tudo isso me faz.
Depois de levantar a bandeira do ócio, e ouvir Calcanhotto, ler Clarice, ver Bethânia, corro pra janela, mas não vejo o chão, é o céu que eu miro e é lá que quero estar, entre nuvens disformes e serras manchadas de chuva, sentindo o suave vento no rosto e ver tudo de cima, ver a ilha que é o mundo de cima.
Longe de toda gente má, de toda infâmia, de todo o desconforto e intolerância. No céu é assim e em meus vôos ensaiados me sinto mais humano e mais alheio às coisas, aqui em baixo, vividas.
Vôo até achar um lugar pra mim, no topo de uma montanha parece o melhor lugar, pois não sei ficar sem ver as pessoas como também não sei conviver com elas todos os dias.

p.s pra ir pelos ares: uma boa musica- Calcanhotto, Bethânia, Cássia....-uma dose de vinho e não ter medo de voltar ao chão.

Da minha janela...

01:04 / Postado por Romário Matos / comentários (1)



Vejo o céu mudar de escuro à um azul maravilhoso, vejo o sol fazer presente seus primeiros raios modestos que entram pela minha janela e vêm me aquecer e inundar de luz meu quarto, os primeiros raios do dia. Vejo uma combinação de cores incrível e o que antes era só a escuridão começa a tomar formas distintas. Surgem os telhados vizinhos, os fios de energia, o poste, as antenas e tudo me convida à janela.
Eu vejo o dia começar para muitos trabalhadores que começam a sair nas ruas. Eu ouço os passos descendo os degraus, vejo os senhores que gostam que andar por essas horas e conversar com seus amigos. De repente, pássaros. Um monte deles, passando em revoada por sobre a minha casa, como quem compõe uma sinfonia, eles têm uma harmonia perfeita que me faz perceber o quão sortudo sou por poder ser testemunha de um milagre todas as manhãs.
Todo esse tempo acordado, passo estudando, mas nas primeiras horas da manhã é como uma intimação: Abrir a janela e ver...o quê? Eu vejo o mundo através dela. Um mundo bom, um mundo que acaba de acordar, cheio de possibilidades, de mistério, de beleza.
Descobrí que o amanhecer do dia me acalma e o pôr-do-sol me deixa saudoso. Momentos diferentes do dia com diferentes consequencias sentimentais.
Agora uma nunvem pesada e escura se dissipa no céu para dar lugar a luz de mais um dia. Como uma recompensa ao cansaço, abre-se um sorriso no céu embalado a catoria dos pássaros, o som das portas se abrindo, um avião, uma moto, um carro...E assim começa a vida que agluns chamam de rotina, pois não vêm o começo dela.

p.s Acabo de ganhar um presente...comçou a chover pelo sétimo dia seguido.

O amor não escolhe lugar.

11:26 / Postado por Romário Matos / comentários (1)




De tanta saudade, a moça, chorava. Era como se parisse denovo, mas dessa vez, depois da dor, não estaria sã, e continuaria sozinha. Permaneceria estática, sentada em sua cadeira olhando a linha do horizonte escurecer. Veria mais um dia nascer e com ele a certeza que a única pessoa a quem amou não mais voltaria. Não queria adimitir mas se enchia de esperança quando via alguém de longe se aproximar.
Ela que amou ardentemente agora, desesperadamente, queria voltar atrás, mas sua força ou covarida era tamanha, que aguentava passivamente toda dor. Sabia que não havia motivo que compensasse a falta. Continuava acenando com a cabeça para os que passavam pela estrada...era mais uma dona de casa sertaneja, resistente às secas, aos choros, às dores, mas derrotada pelo arrependimento e passiva de vontade.

* Ciclo *

08:29 / Postado por Romário Matos / comentários (2)



Então tudo começa. NAsce mias um ser humano, pronto ou não, terá de passar por tudo.
Então tudo parte da efemeridade do tempo. Tem que se aporveitar ao máximo de tudo, se assim não faz...
Então tudo pesa. Cada lembrança é única e singular. E essa especificidade faz com que você aja de maneira contrária à que, na verdade, queria.
Então tudo passa. Por mais que se deseje voltar atrás e realizar o contrário dos fatos, por mais que doa o que agora se faz presente, passa.
Então tudo cessa. Fome, dor, sofrimento, guerras com a morte cessam. A solidão, a saudade, o desalento com amor também cessam.
Então tudo muda. Com o tempo tudo muda. A fisionomia, os amigos, os sonhos, opiniões.
Então a tudo queres mudar. Ao passado queres voltar, as pessoas querem mudar, queres mudar de rumo, mudar de sonho. MAs não adiant querer mudar antes de , de fato, algo ter sido.
Então tudo aprendes. Aprendes que tudo o que fez e deixou de fazer, fez parte de um processo natural. Aprendes( depois de mentir), que só o que é verdade vale a pena.
aprendes depois de sofrer, que os bons partem antes. Aprendes que amor e amizade à tudo se sobressaem. Aprendes que o conhecimento á você tudo acrescenta...e se não desistir..

Então tudo consegues.