Você

19:17 / Postado por Romário Matos / comentários (1)


Se você quiser tocar seu violão
Então que seja com um só sentido,
Mesmo sem sentir.
Que você tenha a mim,
Apenas a mim.

Sem essa de rosa que fala,
De rosas cálidas, que exalam.
Quero ser o único perfume
A estar na ponta de seus dedos
Sendo dedilhado no seu violão
Preso nas cordas inquebrantáveis do seu coração.

E sentir, não mais que sentir.

por Larissa Avezedo(IZA).

Ismália- Alphonsus de Guimarães

17:12 / Postado por Romário Matos / comentários (1)


Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

Poesia noturna

17:03 / Postado por Romário Matos / comentários (0)


Abrí os olhos para fugir da vasta solidão da minha mente inquieta. Acostumei-me ao que ví por não ver nada. Sim, fitava a escuridão, e era confortante, mais que meus devaneios. A escuridão silenciosa do meu quarto, sob meus lençóis, me convidava à nada. Olhava apenas, me dscansava.


Fito a escura solidão do meu quarto.
Meus lençóis...cheiro de sono...um déjavú.
Durmo acordado, sonho de olhos abertos.
Calo o silêncio do meu violão.
Calo com som o seu silêncio.
com cordas e um insaciável dedilhar.
Nossas vozes estridecem juntas..uma só...
..em uníssono, o violão, eu, a noite e a escuridão:
Tecemos versos, cantamos poesias, rezamos todas as lendas
e dormimos abraçados,
para nunca perdermo-nos.
E alguém diz: Boa noite.

Tudo o que eu não conheço.

15:42 / Postado por Romário Matos / comentários (0)


"I know that behind this world of appearances, of all differences, the hope is preserved.
In yesterday's dirty cups of coffee is served each morning. But there is a word that does not stand to hear her and not me as.
I believe in everything, but I want you now I love you for your sins, for your body marked by your scars, your crazy for all of my life.
I love your hands, even because of them I do not know what to do from mine.
I love your sad game and your dirty clothes here at home I wash.
I love your happiness outside of yourself, love for your heart and love you to so you could have been, if the tide of circumstances I had not herd in the waters of misunderstanding.
Love you in the hellish hours and the life without time ...
Love for children and future wrinkles.
I love you for your lost dreams and your dreams useless ...
I love your way of life and death, love you for your entrances, exits and flags and love from your feet until you escape.
Love of soul to soul and more than the words, but it is through them that I argue when I say I love you more than the silence of the difficult times
while the love ones. "

Passagem do mundo.

15:24 / Postado por Romário Matos / comentários (0)


Faz muito frio agora. Faz frio dentro de mim. O que antes era instinto de sobrevivência agora teima em não chegar aos meus pulmões. Em mente, dou um passeio pelos meus quintais e chego a sentir o cheiro do mato e da terra. Escorre-me às faces uma humilde lágrima. Dispo-me da esperânca da permanência e aceito que é chegada a hora.
Vêm-me a mente memórias lúcidas, como no dia em que, de fato, aconteceram. Estranho-me ao voltar desse devaneio e não lembrar o nome de minha filha. Paira sobre meu corpo cansado a paz que busquei a vida toda e somada a saudade, apego à minha terra e minha gente, acaba por restar só a tristeza.
A consciência esvaiu-se de mim, enfim. Com os pensamentos atordoados, abro a boca, mas sou traída pela ausência de som. Tudo o que viví até agora, não parece mais que páginas escritas pela metade. Sinto que meus ouvidos também cansaram, agora só sinto o vento frio e uma latência perturbar minhas carnes, enquanto vejo pela janela o sol dar-me adeus, o derradeiro,fecho os olhos.
Junto com a noite, veio uma sensação confortante, abro os olhos. Uma desfocada luz enche meu quarto. Veio junto com o cheiro da chuva que molhava meu telhado, embalada pelo vento Aracatí a castigar fortemente a terra seca do meu terreiro, uma mão que se estendeu diante de mim, e contra os meus instintos, também estendí a minha até tocar na outra. Não por tristeza, deixei cair uma última lágrima, saudosa dessa vida, como uma recompensa a tudo o que eu viví, e deixo-me guiar pela mão que me segura.
Sento-me a cama e meu corpo lá fica, fito pela última vez meus entes queridos, dispeço-me entre seus choros. Ao passo que me afasto, sinto novamente o coração pesar em meu peito, encho-me de alegria e, sem medo, vou em direção da continuidade da vida.
Romário Mattos, com amor,respeito e eterna admiração.