Bem, a tarde está maravilhosa. Chove modestamente, como se os pingos tivessem receio de tocar as telhas de minha casa. Estou com uma inspiração imensa para escrever, mas não era nada assim. O que me vinha em mente eram versos maravilhosamente elaborados com uma complexa estrutura de rimas. Não sei o que houve, talvez tenha sido o modo como as nuvens se dispuseram e agora descarregam. Tudo isso fala por mim. Sou um poeta calado agora. E nada do que eu ponha em papel tem mais importância que a chuva.
Como se conversasse comigo, ela me diz o que eu sinto, lê meus pensamentos e me mostra o quanto fica patético quado eu tento quebrar sua importância e que é ela quem embeleza cenas românticas, que só ela pode ser substituída pela música na hora de dormir, ou combinada a ela para deixar a hora de dormir inesquecível.
Resolvi então deixar pra outro dia os meus veros. A concorrência tornou-se desonesta.
Procurei então aliar minhas palavras às dela: O resultado fica visível.
Fica por isso mesmo.
Olhando o céu chover em minha rua, as crianças tomando banho, os românticos em suas camas, os mais sortudos podem estar vendo filmes, os cães abrigados, os gatos escondidos. tudo em seu devido lugar. Fico sem meus versos, mas absorto em pensamentos, longe levado pelos meus devaneios.
Era mais fácil observar o que causava a chuva que tentar expôr minhas causas por palavras ou até mesmo pensamentos.
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